GreenCare, marca de skincare à base de cannabis, é lançada no Brasil e outras notícias
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GreenCare, marca de skincare à base de cannabis, é lançada no Brasil e outras notícias

por Manuela Aquino

Skincare com cannabis no Brasil? Agora temos! A GreenCare, empresa brasileira criada por um fundo canadense de investimento em negócios de cannabis, é a primeira a ter produtos faciais regulamentados pela Anvisa. O assunto ainda engatinha, mas é um mercado enorme em muitos países que já têm a venda regulamentada: a expectativa, segundo a consultoria Million Insights, é que o mercado de skincare com derivados de cannabis movimentará US$ 1.7 bilhão até 2025.

Três produtos de uso tópico estão disponíveis, todos desenvolvidos por um parceiro no Canadá, alinhados às necessidades brasileiras e com preços que variam de R$ 199 a R$ 289: um anti-acne, pensado pela alta incidência de peles oleosas, outro anti-sinais, para atenuar rugas e linhas de expressão, e, o destaque, um hidratante direcionado inclusive para quem sofre de condições de pele como dermatite atópica, eczema e herpes zoster. “Este último tem tudo a ver com essa potência da cannabis”, disse Andrea Chulam, head de marketing da Greencare. “Cannabis é sobre equilíbrio e este é um produto criado para estimular a harmonia das funções da pele de forma diferente dos convencionais, com corticóides ou antibióticos. E seu efeito não é cumulativo nem atinge a corrente sanguínea quando usado na pele.”

Entre os benefícios apontados por evidências científicas está a potente ação antiinflamatória, antioxidante e melhora da barreira de proteção da pele. “Evidência científica é primordial pra gente, por isso não só consumimos muita literatura sobre o assunto, mas também geramos muita evidência”, disse. “Temos parceiros como os hospitais Albert Einstein e Beneficência Portuguesa nessa missão. No Hospital do Rim, por exemplo, estamos estudando a possibilidade dos ativos aliviarem o pruído urêmico, coceira intensa que pacientes com insuficiência renal crônica sentem. A gente acredita que o Brasil pode ser um grande gerador de evidência sobre cannabis.”

Segundo a Greencare, estudos que avaliaram a utilização do canabidiol para o tratamento da acne indicaram queda de 75% na produção de sebo. No hidratante, 53% de melhora na hidratação da pele e melhora significativa nos parâmetros de viscoelasticidade, sem causar eritemas.

Para comprar os produtos é preciso ter receita médica e autorização da Anvisa (feita pela internet). E todo médico, incluindo dermatologistas, estão aptos a receitar os produtos. A classe ainda é pouco envolvida no assunto, mas parte do trabalho da GreenCare é oferecer educação e informação para que profissionais não tenham receio de prescrever os produtos.

A Greencare já é uma das líderes quando o assunto são medicamentos contendo moléculas derivadas de cannabis por aqui e acaba de adquirir uma fábrica em Vargem Grande Paulista para processar as etapas finais de produção, já que o cultivo é proibido no Brasil. “A ideia é baratear um pouco o processo de fabricação”, diz Andrea. No mundo mais de 35 países já regulamentaram o uso de medicamentos à base de cannabis para tratar epilepsia, esclerose múltipla, ansiedade, autismo, dor crônica, Alzheimer, só pra dar alguns exemplos. Se você quer saber mais sobre o crescimento deste mercado, a gente tem um episódio inteirinho do Ciao, Bela! lançado no fim do ano passado falando de tendência e inovação com cannabis. Ouça aqui!

(Vânia Goy)


TOP 5

1. Martha Stewart lança linha de corporal com CBD
Ainda sobre skincare com cannabis, Martha Stewart lança linha de produtos corporais formulados com o ativo. Esse não é o primeiro investimento da empresária no nicho: há pouco tempo a apresentadora lançou seus oil drops e agora dá mais um passo neste mercado promissor com a CBD Wellness Topicals. “Estou entusiasmado em ajudar a melhorar a vida diária de nossos clientes por meio de formulações comprovadas que tornam o bem-estar acessível e ajudam no desconforto muscular e privação de sono”, disse Martha no lançamento de sua parceria com a Canopy Growth Corporation, empresa líder mundial em produtos com cannabis. Os três produtos iniciais para cuidados com o corpo e bem-estar são cremes: Super Strength para recuperação muscular, Sleep Science para melhores noites de sono e o Daily De-Stress para ajudar no controle do stress.

2. Estudo internacional da Sephora mostra visão de negros e indígenas na hora das compras
O levantamento revelou questões relacionadas à desigualdade racial nas experiências de varejo e reafirmou o fato de que sem representatividade nas sedes das empresas, inclusive em quadros de liderança, fica difícil a representatividade chegar às lojas. Dois pontos importantes foram ditos: as pessoas que participaram do estudo não se sentem representadas em ações de marketing e propaganda, nem acham que encontram variedade em itens específicos de sua preferência e uso. Boa parte opta por comprar online para evitar serem maltratados nas lojas. No ponto de venda, evitam mexer em amostras e vão às compras bem vestidos para evitar serem abordados. Diante do resultado, a Sephora estabeleceu algumas metas como dobrar o número de marcas voltadas a pessoas negras, em comparação com o ano passado, treinar mais os vendedores e não tolerar atitudes preconceituosas. O estudo completo está disponível aqui.

3. Gigantes da beleza criam coalizão para melhorar padrões de sustentabilidade
Rituals, Davines Group e The Body Shop são algumas das empresas que se uniram na criação da B Corp Beauty — coalizão que tem como objetivo reduzir o impacto ambiental da indústria e conscientizar o público a se conectar com a beleza de maneira mais responsável. O grupo integra empresas que recebem o selo “B Corporations” que atesta que elas equilibram lucro e negócios com propósito. “Decidimos formar uma coalizão para alavancar nossas forças combinadas e oferecer benefícios tangíveis para clientes de beleza, comunidades e o planeta que compartilhamos”, declarou Davide Bollati, presidente da Davines e membro fundador da B Corp Beauty Coalition. Entre as missões, está o intercâmbio entre as empresas para compartilhar práticas sustentáveis, influenciar a indústria da beleza como um todo para fazer o mesmo e ajudar o consumidor a conhecer melhor a categoria de produtos de beleza com esta pegada. 

4. Mercado de skincare à base de plantas ultrapassará 683 milhões de dólares
O valor foi apontado por um novo levantamento da Fact.MR e se refere ao fechamento de 2021. O mercado europeu sai na frente valendo 339 milhões  e o mercado norte-americano estimado em 319,2 milhões. Índia, China, Rússia e Brasil são as economias apontadas como impulsionadoras do crescimento global. O aumento nas vendas através dos canais online deve continuar com crescimento de 9,9% na categoria. Além disso, o levantamento mostra que grandes empresas, além de investirem em fórmulas plant-based, também estão de olho em aquisições e parcerias para aumento de portifólio e não é de hoje. Em 2018, A Procter & Gamble, por exemplo, comprou a Snowberry, uma marca da Nova Zelândia, que faz sucesso com seus itens antissinais e esfoliantes. Antes da pandemia, a Armani Beauty lançou uma linha masculina com ingredientes naturais com fórmulas biodegradáveis. 

5. P&G investe em J-Beauty e no mercado premium de haircare
Da união com o AS Watson Group (varejista de saúde e beleza, de Hong Kong) foi anunciada esta semana a co-criação de uma marca J-Beauty de cuidados com a pele. Aio, como a nova linha foi batizada, foca na Geração Z e tem previsão de grande volume de vendas, principalmente online. A P&G também divulgou a aquisição da marca premium de haircare Ouai, de acordo com um relatório publicado pela Beauty Inc. Os termos do negócio não foram divulgados, mas analistas estimam as vendas da marca em 50 milhões de dólares. A equipe da marca continua a mesma: Jen Atkin, fundadora, como diretora de criação, e Colin Wals, como CEO. Ainda sobre o grupo: A P&G está comprando a marca premium de produtos para pele Tula Skincare, aumentando sua atuação no mercado de clean beauty. A marca baseada em fórmulas com superalimentos vendeu 150 milhões de dólares no ano passado.

E mais

. O kit da classe executiva da Air France em voos de longa distância, na estação de inverno na Europa, agora é composto por até 93% de materiais reciclados: a escova de dentes, por exemplo, é feita à base de amido de milho e os tampões de ouvido, em papel kraft.

. O novo diretor criativo da divisão de beleza da Givenchy é Thom Walker. No cargo estava, há 20 anos, Nicolas Degenes, que criou best sellers como o pó Prisme Libre e o batom Le rouge.

. Consumidores acham difícil comprar produtos sustentáveis. Foi o que revelou um estudo da WeDo/ Professional da Wella feito com duas mil pessoas: 61% delas disseram não encontrar informações sobre esta questão facilmente nas embalagens. Mais dados aqui.

. A Saks anunciou o lançamento de uma nova loja de bem-estar no seu e-commerce com itens de fitness, saúde, nutrição, bem-estar sexual e relaxamento. São mais de 100 marcas selecionadas.

. Uma startup que marca e faz consulta em dermatologistas de maneira digital é o novo investimento da Beiersdorf. Dermanostic funciona sem parar, todos os dias, e custa 25 euros ao consumidor interessado, que recebe um diagnóstico inicial fazendo upload de três fotos da pele.

. O braço de beleza da Tommy Hilfiger deixou o grupo Estée Lauder e assinou um contrato de licenciamento exclusivo com a Give Back Beauty, que é parceira de Elie Saab e Chopard. Vão comercializar os perfumes já existentes e lançar novos produtos a partir de 2023.

Foto: Carlos Bessa, para Marie Claire Brasil

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