Longevidade é nova categoria de skincare, avanço científico na perfumaria e mais
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Longevidade é nova categoria de skincare, avanço científico na perfumaria e mais

por Manuela Aquino

foto: Alex Batista

Longevidade é a nova categoria do skincare. A tendência surge como resposta a consumidores que rejeitam termos como anti-idade e buscam vitalidade duradoura. No cuidado com a pele, essa virada marca a passagem do rejuvenescimento para a valorização da funcionalidade e do bem-estar — nasce, assim, a longevity beauty. Para a Cosmetics Business, essa nova fronteira combina ciência, biotecnologia e bem-estar para cuidar da pele, do corpo e da mente de forma integral. O objetivo não é “parecer jovem”, mas “funcionar bem” em todas as idades, fortalecendo mecanismos naturais de reparação e equilíbrio. Segundo a Launch Metrics, as conversas sobre bem-estar na beleza cresceram 16% em 2024. Entre os temas mais citados está o PDRN, ingrediente ligado à longevidade por estimular a regeneração e a elasticidade da pele — em agosto de 2025, ele foi mencionado quase cinco vezes mais do que em todo o ano anterior.

A virada do anti-aging para a longevidade redefine o discurso das marcas e reposiciona a ideia de cuidado. E o interesse do consumidor acompanha essa virada. Dados da Vogue Business mostram que mais de 50% das pessoas já priorizam produtos que melhorem a saúde da pele a longo prazo, enquanto 47% buscam fórmulas que atuem na prevenção do envelhecimento celular. O movimento é impulsionado por um público mais informado, que entende que beleza e longevidade caminham juntas. O mercado global responde com pesquisas em áreas antes restritas à medicina — como epigenética, regeneração celular e metabolismo mitocondrial — agora aplicadas a cosméticos e nutrição da pele.

Entre os grandes grupos que lideram essa revolução está o Grupo L’Oréal, com o programa Beauty at the Heart of Longevity, que analisa 267 biomarcadores do envelhecimento para compreender o impacto do tempo sobre a pele. A companhia pretende desenvolver soluções que atuem desde o nível celular até a barreira cutânea, com foco em preservar a vitalidade e retardar danos inflamatórios. Outra que aposta na longevidade é a Estée Lauder, que vem reposicionando suas linhas premium, como Estée Lauder e La Mer, com foco em ciência celular e restauração da energia cutânea. A empresa investe em pesquisas sobre o NAD+, molécula essencial para a renovação celular, e em biotecnologia marinha para reforçar os mecanismos de defesa da pele. “Quando empresas como Estée Lauder e L’Oréal aumentam seus investimentos em lançamentos e pesquisas voltados à longevidade, isso marca uma transição dos cosmecêuticos de nicho para o mercado de massa. Com distribuição global no varejo, iniciativas de educação do consumidor e parcerias de alto perfil, a beleza da longevidade entrou oficialmente no mainstream”, disse a professora Andrea Maier, da NUS Academy for Healthy Longevity, da Universidade Nacional de Singapura, ao Cosmetic Business.

Já a Beiersdorf, segue o mesmo caminho, combinando biotecnologia e dermatologia clínica. A empresa criou o conceito de pro-aging care, centrado em preservar a resiliência e a estrutura da pele com pesquisas sobre o papel da inflamação crônica de baixo grau no envelhecimento. A meta é desenvolver produtos que tratem não só os sinais, mas as causas do envelhecimento cutâneo. Nos últimos anos, a companhia lançou produtos com foco em epigenética, fortalecendo o investimento em Nivea e Eucerin — um sinal de que a longevity beauty chega, de fato, às massas.

A onda também alcança os fornecedores de insumos da indústria, como a gigante suíça Givaudan. A empresa pesquisa como fragrâncias e ativos botânicos podem atuar sobre o sistema nervoso, reduzindo o estresse oxidativo, um dos principais aceleradores do envelhecimento. Sua linha de bioativos naturais busca restaurar a harmonia entre corpo e mente, reforçando a ideia de que longevidade não é apenas biológica, mas também emocional. Segundo análise da Cosmetics Business é essa mistura de ciência e bem-estar sensorial um dos pilares da longevity beauty — e um dos motivos que a tornam tão forte.

TOP 3

1. Projeto pioneiro une Natura e Siemens na Amazônia
A parceria lançou o projeto Moiru — que significa “ajuda mútua” em tupi —, uma iniciativa inédita para levar tecnologias da Indústria 4.0 à Amazônia. Automação, simulação digital e inteligência de dados serão aplicadas para representar a agroindústria da região, otimizando a extração de óleos essenciais e fortalecendo cadeias produtivas da sociobiodiversidade. A primeira implementação será na Cooperativa de Campo Limpo, em Santo Antônio do Tauá (PA), com sensores e válvulas inteligentes que permitem o controle remoto da produção e a coleta de dados em tempo real, aumentando a produtividade e reduzindo o consumo de água. “Estamos às vésperas da COP30 e seguimos focados em desenvolver e compartilhar boas práticas que promovam o desenvolvimento local sustentável. Essa parceria alia tecnologia a impacto socioeconômico, com ganhos reais para as comunidades e para o meio ambiente”, disse Rômulo Zamberlan, diretor de Pesquisa Avançada da Natura. A Siemens, por meio da iniciativa Tech4Amazonia, também vai apoiar o futuro Centro de Inovação da Natura em Benevides (PA).

2. L’Oréal Brasil divulga pesquisa sobre cabeleireiros no país
A Divisão de Produtos Profissionais do Grupo L’Oréal no Brasil divulgou o estudo Na raiz do PRO, o primeiro no país nesse formato. A pesquisa mostra que o setor movimenta R$ 130 bilhões por ano e reúne mais de 1,3 milhão de MEIs ativos, consolidando-se como uma força criativa e econômica.
Mesmo diante de desafios, 87% dos profissionais afirmam querer continuar na carreira, motivados pela autonomia e pela capacidade de transformar vidas. O estudo aponta que 56% sentem falta de reconhecimento social, embora 74% tenham buscado formação antes de atuar. “O PRO é um artista e um técnico. Reconhecer seu preparo é essencial para transformar a percepção da sociedade”, disse Joana Fleury, diretora da divisão. A categoria é majoritariamente feminina (62%), preta ou parda (52%) e periférica, com 15% de profissionais LGBTQIAP+. As desigualdades persistem: homens ganham, em média, 19% a mais que mulheres, e brancos, 21% a mais que negros. A renda média do profissional formal é de R$ 5.950, enquanto donos de salão chegam a R$ 11.200.

3. Givaudan anuncia avanço científico
A empresa Givaudan promete redefinir o futuro da perfumaria com uma descoberta inédita. Após dez anos de pesquisa, cientistas da companhia ampliaram em 100 vezes a sensibilidade dos receptores olfativos humanos, permitindo ativar 20 que antes eram inativos e associá-los a moléculas naturais específicas. “Este estudo representa um grande avanço na compreensão de como os receptores olfativos humanos detectam moléculas-chave de aromas naturais”, afirmou Andreas Natsch, chefe de triagem molecular in vitro da Givaudan. Segundo o especialista, a descoberta permite compreender com mais precisão como cada molécula contribui para uma impressão olfativa específica. Publicado na revista Current Biology, o estudo estabelece relação entre receptores e cheiros de ingredientes como grapefruit, patchouli e rosa. A Givaudan acredita que a descoberta inaugura uma nova era de “design olfativo guiado pela ciência”, com fragrâncias mais autênticas e personalizadas.

E mais:

. Estudo conduzido por especialistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP mostra que assistir a vídeos acelerados exige que o cérebro processe mais informações em menos tempo, o que aumenta a carga mental e os níveis de ansiedade. Além disso, a prática prejudica a memória operacional, dificultando a retenção e a consolidação das informações na memória de longo prazo.

. A BASF lançou o ingrediente ativo vegetal Ameriflor Calm, desenvolvido para acalmar peles sensíveis. Derivado de plantas cultivadas em fazendas regenerativas no Oregon e produzido com 100% de energia renovável, o ativo mostrou reduzir em 10% a vermelhidão e em 11% a perda transepidérmica de água em concentração de 1%.

. Um golpe envolvendo consultores da Natura causou um prejuízo estimado em cerca de R$ 6 milhões à empresa. A “Operação Espelho de Vênus”, conduzida pela Polícia Civil de Minas Gerais, revelou que os envolvidos usavam brechas no sistema de brindes e cashback da marca, comprando produtos repetidamente para gerar créditos indevidos e revendendo-os com descontos de até 60%. Ao todo, foram identificados 11 consultores e cerca de 50 mil itens comercializados de forma irregular.

. Braé e Bruna Tavares uniram expertise em uma collab inédita que marca a estreia da influenciadora no segmento capilar. A linha Stages Gloss Hydra traz cinco produtos com óleo de camélia japonesa e o ativo exclusivo BT Bio Shine, prometendo brilho espelhado e tratamento intenso.

. A Avon amplia sua presença no varejo ao iniciar vendas em 360 lojas da Drogaria Pacheco, marcando sua entrada no canal farmacêutico. O portfólio inclui linhas como Renew, Avon Care, ClearSkin e itens de maquiagem e cabelos. A iniciativa reforça a estratégia omnicanal da marca, antes tradicional na venda direta.

. Allex Cardoso, beauty artist, lança a primeira edição da Bridal Beauty, sua publicação de beleza e tendências focada no mercado de noivas.

. C&A lança marca de beleza Mindse7 Beauty. Na estreia, uma coleção de esmaltes.

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