Por anos, a profissão de maquiador ficou associada à atuação nos bastidores da indústria da beleza. Eles eram os donos dos pincéis, de toda a criatividade e técnica por trás das makes de desfile e imagens que viraram tendência, mas nem sempre tinham acesso à formulação dos produtos – uma parte importante para fazer toda a mágica acontecer. Nas últimas décadas, no entanto, nomes como Bobbi Brown (que revolucionou o mercado de batons em tons “cor de boca”), Charlotte Tilbury (maquiadora britânica fundadora da marca com seu nome) e Path McGrath (britânica considerada uma das figuras mais influentes da indústria da moda e beleza) – só para citar alguns — provaram que sim, dá para maquiar e ainda ser um caso de sucesso como empreendedor, pensando em produtos mais sofisticados, alinhados às tendências e movimentos da indústria. 

Uma das principais vantagens desse tipo de negócio é justamente a liberdade criativa de arriscar, que pode ficar comprometida diante da escala de grandes empresas; e a possibilidade de pensar em toda a cadeia produtiva priorizando critérios de impacto positivo, fator cada vez mais valorizado pelos consumidores. É o caso da HERŌ Beautē, marca do maquiador Helder Rodrigues, lançada em novembro de 2021. A linha até então tem um total de 16 produtos e, além de ser totalmente vegana e produzida com ingredientes de origem natural, livre de sulfatos e parabenos, ainda é armazenada em embalagens feitas com PE Verde, um plástico feito a partir do etanol da cana-de-açúcar e considerado mais sustentável do que as embalagens convencionais. “Acredito que o momento pede isso: repensar a forma como usamos e consumimos qualquer coisa e como isso vai impactar no meio ambiente”, reflete o expert que aproveitou a pandemia para tirar a ideia antiga do papel. 

A marca ainda traz algumas outras inovações pelas quais o mercado de beleza anda sedento. Os balms lançados na estreia, por exemplo, são multifuncionais – ou seja, podem ser usados nos lábios ou no rosto, compondo uma ou várias camadas de acordo com a intensidade desejada. Além disso, todos os produtos foram pensados para todos os tipos de pele, e isso inclui não apenas o tipo (seca, normal, mista) como também as tonalidades. “Testamos os tons em diversas, peles, incluindo albinos e retintos”, explica Helder. “Qualquer pessoa pode usar.”

No ano passado também foi a vez do maquiador e cabeleireiro Max Weber, que há mais de duas década assina a beleza de modelos em desfiles e editoriais de moda, ter seu nome estampado nos produtos de beleza com o lançamento da MaxWeberBeauty. “Sempre dei o crédito para marcas, mas de repente tive essa vontade de usar os meus produtos”, afirma. A marca conta atualmente com um iluminador multifuncional em três tons. “Optei por eles porque uma pele que cintila, criando efeitos de luz, não precisa de muito contorno”, ensina. “O resultado é uma aparência saudável e bronzeada na medida certa.” A linha segue os preceitos do mercado atual: não testa seus produtos em animais, é livre de fragrâncias e enriquecida com vitamina E. A produção também é totalmente feita no Brasil, algo de que Max se orgulha. “Acredito que é possível conhecer novas marcas e não depender tanto das estrangeiras”, afirma o maquiador, que pretende ampliar a oferta de produtos em breve.

E mais
Recentemente celebramos o lançamento da RC Beauty, marca de beauté de Rodrigo Costa, que chegou ao mercado este ano com uma gama multicolorida de sticks multifuncionais e iluminadores corporais, e da collab de Vanessa Rozan com a CARE Natural Beauty, que traz às prateleiras seis tons de lápis sombras super macios. A gente já vinha acompanhando lançamentos super bem-sucedidos de influenciadoras como Camila Coutinho, Bruna Tavares e Vic Ceridono, que transformaram seus @ em produtos de sucesso e vimos um aumento significativo de  indie beauty brands”, cheias de personalidade, focadas em nichos cada vez mais específicos. Não parece esse o momento perfeito para os nossos maquiadores talentosos?