O L’Air de Panache, do filme O Grande Hotel Budapeste, existe!
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O L’Air de Panache, do filme O Grande Hotel Budapeste, existe!

por Vânia Goy

Estreou em julho o filme O Grande Hotel Budapeste, do diretor Wes Anderson, de A Vida Marinha com Steve Zissou e tantos outros longas. Além de Ralph Fiennes no papel do concierge Gustave H e Tilda Swinton como coadjuvante, atores de filmes anteriores do diretor fazem micro-papéis nesse roteiro. Pois bem, Gustave H se banha no perfume L’Air de Panache, que quase pode ser considerado um personagem da trama — panache pode ser traduzido como pena mas também como uma atitude vistosa, pavoneante.

O perfume tem papel importante no filme – não vou contar e acabar com a graça. O que importa é que o pessoal da Nose, a multimarcas bacanuda de perfumaria de nicho em Paris, e o perfumista Mark Buxton deram vida a L’Air de Panache. O 1 nariz deu a notícia aqui, em abril. Estou na cidade, vim pensando no assunto. Achei que podia ser tarde demais mas ele estava lá, L’Air de Panache, exposto, em seu frasco com bomba.

Ele não está a venda mas se pode sentir. Como um todo ele vai pelo caminho fresco, a saída é como as colônias clássicas, verde-folha e com uma camadinha floral, de petitgrain e néroli. Daqui ele passa a descolar da tradição. Um acorde maçã verde puxa mais o brilho e o frescor, e faz um aceno para Boy With Apple, a pintura que Gustave H herda no filme. Quanto mais tempo passa, mais moderna fica a fragrância: reforça o borbulhante da coisa um acorde incenso levemente picante e amadeirado, que apareceu antes no Comme des Garçons 2 Man, também de Mark Buxton – é esse acorde que se destaca na evolução. Curiosamente o final lembra o cheiro de folha de pitanga, pelo menos no papel.

Os Jetsons e Barbarella são um futuro antigo, Grande Hotel Budapeste é um filme de época moderno – você vai entender com a saturação de cores, a velocidade e tudo mais – e o perfume respeita esse espírito. Grande farra!

>> por Dênis Pagani, do 1nariz, de Paris

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