O hype do banho de gelo
Bem Estar

O hype do banho de gelo

por Vânia Goy

Ice bathing ou cold plunge: De mergulhos em lagos gelados à banheiras desmontáveis para tomar um banho de gelo em casa: a prática, antes restrita a atletas de alta performance, virou ferramenta de wellness para acompanhar o treino de musculação, a aula de yoga e até o despertar dos adeptos às teorias de longevidade e, claro alta performance. 

Alternar temperaturas não é novidade, né? Banhos de contraste combinando saunas e duchas frias são práticas da Finlândia ao Japão. E casas de banho existem desde a Grécia antiga, devidamente documentadas até por Hipócrates. Mais contemporâneo, e talvez o grande responsável por transformar o banho congelante na trend de wellness atual, é o holandês Wim Hof, que criou um método de imersão em água congelante com meditação e exercícios de respiração afirmando que a prática regular tem inúmeros benefícios para a saúde. 

A ciência atesta o hype?
Não exatamente. Apesar da falta de evidências científicas para meros mortais, que não são atletas de alta performance, estudos preliminares e adeptos defendem que eles podem reduzir a inflamação e acelerar a recuperação muscular, liberar endorfina, substância que melhora o humor, reduzir o stress e a ansiedade. Uma das opiniões interessantes é de David Sinclair,  geneticista e phd de Harvard, que mostra que além de acelerar o metabolismo, mergulhos frios regulares aumentam  a produção de gordura marrom, que é a responsável proteger o organismo de doenças na artéria coronariana, diabetes e hipertensão.

Não por acaso, há um crio-mercado se desenvolvendo nos últimos anos: de banheiras desmontáveis que cabem em áreas de serviço à câmaras frias, que jogam a temperatura para graus negativos por módicos três minutos ou academias e spas luxuosos, que já oferecem o serviço para os frequentadores pós-treino na sala de musculação. Exemplo máximo, a colab entre o wellness club americano Remedy Place e as banheiras de luxo Kohler, que resfriam a água em até 3 graus: tem terapia gelada para todos os gostos e bolsos.

Nas redes sociais, vídeos de imersão em água gelada acumulam milhões de visualizações, reforçando o apelo dessa prática como um símbolo de resistência, disciplina e bem-estar – alta performance, como pede a cartilha de wellness atual. Mais recente é o desafio matinal de mergulhar o rosto assim numa bacia de gelo assim que você desperta. A promessa é de redução de inchaço, melhora da circulação e pele temporariamente mais tonificada. Dermatologistas alertam que os efeitos são temporários e podem sensibilizar a pele, danificando a barreira cutânea. No mínimo, mergulhar de cabeça nessa vai te ajudar a despertar mais rápido. 

Cuidado
Banhos com temperatura próxima aos 4ºC podem ser tomados por 3 ou 4 minutos, de preferência, até a cintura, para evitar hipotermia, que pode ser letal. E cuidado com a pele, que pode acabar queimada pelas baixas temperaturas prolongadas. A imersão também deve ser feita com cautela porque pode causar arritmia e até problemas cardiovasculares, especialmente em quem já sabe que sofre de doenças do coração ou hipertensão. Ou seja, fale com um especialistas antes de se aventurar.

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