Tempo seco: como minimizar os efeitos da baixa umidade
Saúde

Tempo seco: como minimizar os efeitos da baixa umidade

por Larissa Nara

foto: Alex Batista

Se você anda com tosse seca, garganta arranhando ou sentindo olhos e nariz mais ressecados, o problema pode estar no ar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice adequado de umidade do ar varia entre 50% e 80%, sendo que uma umidade inferior a 30% pode aumentar potenciais riscos à saúde, além de dificultar a dispersão dos poluentes. “Quando o ar está seco, a umidade relativa é baixa, o que pode levar a problemas como garganta seca, irritação nasal, tosse e ressecamento dos olhos. Além disso, o tempo seco pode agravar condições respiratórias existentes, como asma e bronquite”, diz Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista especializada em doenças respiratórias do Hospital Paulista, em São Paulo.

Como lidar
De acordo com a especialista, o primeiro passo é se manter-se hidratado, ou seja beber bastante água, usar umidificadores de ar e evitar irritantes como cigarro, por exemplo. Além disso, a prática de exercícios físicos nos horários mais secos também não é recomendada. “A ingestão adequada de líquidos ajuda a manter as vias respiratórias úmidas e alivia sintomas como garganta seca e tosse”, diz. Se você ainda não tem um umidificador, pode optar por medidas caseiras, como colocar uma bacia cheia de água no quarto ou pendurar uma toalha úmida em um cabide ou varal dentro de casa, já que à medida que evapora, a água a ajuda a umidificar o ambiente. “Plantas em espaços internos também podem ser uma boa, pois as plantas liberam umidade naturalmente por meio da transpiração. No entanto, se você está enfrentando problemas significativos com o tempo seco, é recomendável investir em um umidificador de ar de qualidade para obter resultados mais consistentes e controlados”, recomenda.

No caso de quem sofre com problemas respiratórios pré-existentes os cuidados devem ser redobrados, já que o ar seco pode agravar condições como asma, bronquite, rinite alérgica e rinossinusite crônica. “Isso ocorre porque o ar seco pode irritar e ressecar as vias respiratórias, tornando-as mais sensíveis e propensas a inflamação. Quando o ar está seco, a umidade nas vias aéreas diminui, o que pode levar ao estreitamento dos brônquios e vias respiratórias, causando dificuldade respiratória, tosse e falta de ar. Além disso, o ressecamento das mucosas nasais pode levar ao aumento da produção de muco e congestão nasal”, diz.  

Além da exposição prolongada ao ar seco, especialmente durante os períodos mais intensos do dia, e do fumo (até o passivo), é importante reduzir o consumo excessivo de bebidas diuréticas, como álcool e cafeína, pois podem contribuir para a desidratação e procurar passar longe de aquecedores e ar-condicionado. “Ambientes aquecidos e com ar condicionado podem reduzir a umidade do ar e piorar o desconforto”.

Em busca de alívio
Além dos cuidados acima, vale tomar algumas medidas específicas para lidar com o ressecamento. “No caso do olhos, usar colírios lubrificantes ou lágrimas artificiais aliviam o ressecamento e a irritação nos olhos. Eles podem ser comprados sem receita médica e ajudam a manter os olhos umedecidos”, indica.

Já para aliviar o desconforto no nariz, o segredo é apostar na lavagem nasal. “A lavagem nasal envolve o uso de soluções salinas para irrigar as passagens nasais, ajudando a umidificar e limpar as vias respiratórias. Isso pode ser especialmente útil quando o ar está seco, pois ajuda a aliviar o ressecamento e a irritação nasais”, diz. Segundo ela, a prática remove partículas irritantes, como poeira, poluentes e alérgenos, que podem agravar o desconforto, e ajuda a manter as membranas nasais úmidas, reduzindo a secura e a coceira”, completa.

Se você é do tipo que não renuncia a produtos descongestionantes, a especialista diz que eles podem ajudar a aliviar a congestão nasal temporariamente, mas que seu uso excessivo ou prolongado pode ter efeitos adversos e atrapalhar a situação quando o ar está seco. “Entre outros pontos, o uso frequente de descongestionantes pode levar a um efeito rebote, onde o nariz fica ainda mais congestionado quando o efeito do produto passa. Portanto, é importante usá-los com moderação, sempre só com indicação médica e seguir as instruções de uso e o período prescrito”, alerta.

Por fim, se a questão for a garganta irritada, seguindo mesma ideia da lavagem nasal, vale fazer gargarejos com água salgada para diminuir o desconforto. “Faça gargarejos com água morna e sal para aliviar a garganta seca e irritada. Isso pode ajudar a reduzir a coceira e a sensação de arranhar”, indica.

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