Saúde mental de mulheres na pandemia, as projeções para o mercado digital e mais
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Saúde mental de mulheres na pandemia, as projeções para o mercado digital e mais

por Manuela Aquino

Pra muita gente, a vida virtual virou uma espécie de refúgio no último ano de isolamento social. “Era tudo o que a gente tinha. Mas já é um bom momento para irmos desconectando, pois o excesso pode ser uma desculpa para a gente se isolar e ficar preso neste salão de espelhos”, diz o psicanalista Lucas Liedke. As questões de uso pesado das redes sociais não começaram a ser discutidas ontem, mas merecem atenção mais do que nunca, principalmente entre o público jovem e as mulheres — segundo pesquisa da Datafolha, sobre saúde mental na pandemia, entre pessoas de 15 e 24 anos, 56% dos jovens e 53% das mulheres relataram ter episódios de ansiedade e depressão. Uma publicação do Wall Street Journal mostrou que tanto o Facebook como Instagram têm noção de que suas publicações podem ser prejudiciais para esse quadro: a reportagem teve acesso a uma apresentação interna que revela que 53% das mulheres e meninas que se sentiam mal com o corpo tinham o quadro agravado com o Instagram.

Para Lucas, a questão dessa rede especificamente está em dois pontos: a busca por aceitação via likes e comentários e a comparação com a vida do outro, mesmo que esta seja editada. “Nossa pulsão de vida está investida nesses lugares onde conseguimos realizar um pouco de nossos desejos, ainda que de forma imaginária, ainda que com migalhas emocionais”, explica. Porém, o psicanalista ressalta que há forma e formas de usar as redes sociais. “Muitas vezes elas podem ser boas profissionalmente, gerar conhecimento e diálogo”, continua. 

Referências filtradas
O Pinterest é uma plataforma em que as pessoas guardam, expõem e publicam suas referências e compartilham seus gostos pessoais. E essa liberdade inicial passa a ser motivo de preocupação quando vemos padrões estéticos opressivos. Já falamos por aqui sobre algumas medidas tomadas pela plataforma para promover mais representatividade e também ajudar na saúde mental. “A plataforma tem recebido dezenas de milhões de buscas sobre bem-estar emocional todos os anos, e adotamos uma abordagem cuidadosa e empática para questões difíceis, além de oferecer ajuda aos usuários que precisam de suporte”, disse ao Belezinha Fernanda Cerávolo, diretora de conteúdo e criadores para Latam no Pinterest. Criada com a ajuda de especialistas em saúde emocional do Centro de Valorização da Vida, o recurso de busca empática é um alento na internet. Por exemplo, se alguém buscar “alívio do estresse”, terá práticas sugeridas, como registrar pensamentos em um diário, por exemplo. Se a pessoa selecionar “aceitar suas emoções”, será conduzida por etapas de práticas de auto empatia.

“Importante também falar sobre o algoritmo. Como um mecanismo de recomendação, estamos imbuídos da responsabilidade de reduzir os vieses nos sistemas que gerenciam a plataforma. O foco nessas questões pode ser visto na maneira como desenvolvemos recursos como o Provador virtual e as gamas de tons de pele, que permitem aos usuários refinar pesquisas relacionadas à beleza que reflitam quem são”, disse Fernanda. Dentro do conjunto de ações, o Pinterest colocou este ano em prática uma nova política de publicidade para proibir todos os anúncios com linguagem e imagens sobre perda de peso, evitando publicação de padrões corporais, por exemplo, aliados a dietas milagrosas. 

TOP 5

1. Governador da Califórnia aprova regulamentação para produtos derivados de cannabis
A Assembly Bill 45 foi transformada em lei pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, e estabelece uma estrutura mais abrangente para regular a fabricação e venda no varejo de produtos contendo canabidiol. Essas novas diretrizes direcionadas para as empresas vão ajudar a peneirar o mercado e a expandi-lo, pois o estado é o maior e mais importante mercado de CBD dos Estados Unidos. “A aprovação do AB 45 é positiva tanto para fornecedores de produtos derivados de cânhamo, como para os varejistas, já que o consumidor quer desfrutar dos benefícios com segurança”, disse Oliver Horn, CEO da Elixinol, loja há 25 anos no mercado de CBD.

2. M.A.C mais uma vez mira nos gamers e cosplays
Para sua campanha de Halloween, data bem forte em vendas nos Estados Unidos, os maquiadores da marca foram convidados a criar looks inspirados em personagens dos jogos Halo, Sea of Thieves e Psychonauts do X-Box. “A comunidade de jogos é diversa e cheia de consumidores de beleza que adoram recriar looks de seus jogos favoritos da vida real, especialmente para esta data”, disse ao Glossy, Aïda Moudachirou-Rebois, CMO global da M.A.C Cosmetics, que patrocinou a convenção Twitchcon em 2019 e, no ano passado, lançou uma colaboração com The Sims.

3. Novo relatório e as previsões de crescimento do e-commerce
De acordo com a Edge Retail Insight, a categoria de varejo de saúde, beleza e cuidados pessoais chegará a 1,34 trilhão de dólares em vendas globais entre 2021 e 2026. Fortalecido durante a pandemia, o comércio eletrônico ajuda a acelerar este número: mais de 50% desse crescimento virá dele, e, daqui a cinco anos, o e-commerce de beleza representará 30% de todas as vendas (em uma projeção global). Para se ter uma ideia, plataformas como Alibaba e Amazon devem crescer de quatro a cinco vezes mais em vendas do que concorrentes de varejo como o Walgreens, por exemplo. Junto com eles, as apostas de boom nas vendas ficam para a Shopee e o chinês Pinduoduo que, segundo a previsão do relatório, devem experimentar um crescimento altíssimo em saúde, beleza e cuidados pessoais neste período. 

4. Estudo confirma o enorme potencial do mercado chinês para beleza
Ainda sobre o mercado chinês, o Fashion Network publicou um estudo feito pela agência de consultoria NellyRodi e o especialista em dados de luxo LuxuryInsight sobre o cobiçado mercado de beleza chinês. O valor do mercado de beleza naquele país é estimado neste ano em 34,6 bilhões de euros e deve chegar, em 2026, a 49 bilhões. Empresas líderes mundiais como L’Oréal, P&G e Estée Lauder pegam 30,4% desse mercado enorme. Dentro disso, skincare sai na frente com 58% das vendas, enquanto maquiagem representa 12%. Para esses próximos anos de crescimento, perfumes, makes para os olhos e skincare para homens são as apostas.

5. Ranking das mais vendidas na Amazon em skincare
A gigante do comércio eletrônico investiu pesado em beleza durante a pandemia e acabou se firmando como um ponto virtual potente de eventos. Nesta semana, a empresa divulgou as marcas mais vendidas de skincare e disse que, entre as que têm melhor desempenho, há alguns critérios principais em comum: visibilidade nas pesquisas com boas imagens, preço justo e entrega rápida (de um a dois dias). “As pessoas descobrem as marcas por meio da pesquisa na Amazon, por isso sempre dizemos para elas ótimas imagens e ótima otimização de mecanismo de pesquisa. São as primeiras coisas para se investir”, disse para o WWD Sara Davis, diretora sênior da NetRush, empresa que dá consultoria para quem quer entrar na Amazon. As cinco marcas que mais venderam no mês passado foram: Neutrogena, CeraVe, EltaMD, Dove e Olay. A lista completa você pode conferir aqui.

E mais:

Para colaborar com o Outubro Rosa, a marca de autobronzeadores Skelt Cosmetics vai doar parte das vendas online para organizações que ajudam mulheres a lutar contra o câncer de mama, como a Associação Rapunzel Solidária.

Francis Kurkdjian é nomeado diretor de criação de perfumes da DIOR, no lugar de François Demachy, que está se aposentando. Antes de fundar sua marca, Francis fez perfumes para marcas como Acqua di Parma, Giorgio Armani e Lancôme.

A feira in-cosmetics Latin America, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo, foi adiada para setembro 2022. Referência em ingredientes para cosméticos, o evento também foi impactado pela pandemia e os organizadores decidiram esperar os número melhorarem.

Mais um produto Goop voltado para sexual wellness. O DTF, suplementeo diário, para a ajudar as mulheres no apetite sexual e humor. A fórmula é plant-based e vegana. Ah, DTF significa “Down to Fuck”

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