
Inovação
Hype: o efeito Dyson e como o secador de cabelo ganhou status de produto-desejo
por Larissa Nara
foto: Dyson Beauty (Reprodução/Instagram)
Nosso interesse por secadores de cabelo certamente mudou nos últimos anos. Se antes esses aparelhos ocupavam um lugar mais funcional nas bancadas de beleza, hoje eles ganharam status de produto-desejo graças às ofertas de opções cada vez mais high-tech e luxuosas, que prometem penteado de salão em casa e podem custar até R$ 9.000. Não por acaso, estima-se que o mercado global de secadores de cabelo, avaliado em mais de US$ 9 bilhões em 2024, ultrapasse os US$ 13 bilhões até 2033, segundo segundo dados da Business Research Insights.
Entre as razões por trás dessa guinada na categoria, podemos começar por um nome: Dyson. A marca britânica (que chegou recentemente ao Brasil) revolucionou o mercado em 2016 com o lançamento do Supersonic — um secador com motor digital, proteção contra calor extremo, design futurista e preço à altura (hoje, o modelo custa cerca de R$ 5.000 no Brasil). A proposta não era apenas secar os fios, mas também cuidar deles. Não demorou para o aparelho levíssimo e silencioso virar febre entre profissionais e amantes de beleza.
Mais tarde, em 2018, o AirWrap (R$ 8.500) sacudiu a indústria de novo ao reunir, num só aparelho, funções como secar, alisar, ondular e modelar — tudo com uma tecnologia chamada efeito Coanda, um fluxo de ar inteligente que atrai e envolve os fios ao redor do acessório, modelando sem precisar de altíssimas temperaturas. O resultado: finalizações dignas de salão em casa. Esse “efeito Dyson” provocou uma reação em cadeia, com cada vez mais marcas lançando secadores mais leves, silenciosos e com visual semelhante, além de promessas parecidas. Lá fora, nomes como a Create oferecem modelos de design minimalista, controle de temperatura e preços mais acessíveis.
Um exemplo é a Shark Beauty, o braço de beleza da americana Shark, que desembarcou por aqui no fim do ano passado trazendo ferramentas de styling que combinam performance profissional, tecnologia inteligente e foco em saúde capilar. O FlexStyle (R$ 2.999), por exemplo, é um híbrido entre secador e modelador muito potente que também aposta no efeito Coanda para modelar sem calor extremo e vem com acessórios intercambiáveis para alisar, ondular, definir cachos e secar com suavidade.
Marcas já estabelecidas por aqui também vêm atualizando seus portfólios. A GA.MA Italy, por exemplo, lançou o iQ Lite (R$ 1.200), um secador compacto, ultraleve, silencioso e potente — graças ao motor brushless de alta performance e à tecnologia Venturi Turbo, que multiplica o fluxo de ar sem consumir energia extra. A Panasonic, por sua vez, apostou no modelo EH-NA6A Nanocare (R$ 1.599), com tecnologia Nanoe™, que trata e hidrata enquanto seca, deixando os fios mais saudáveis, brilhantes e macios.
Claro que, para além das inovações tecnológicas, as redes sociais têm papel fundamental em transformar esses aparelhos em fetiche. Milhares de vídeos de comparações, testes e “antes e depois” criaram uma estética própria: a da escova silenciosa, do movimento impecável e da promessa de cabelo saudável com menos esforço.