O futuro da beleza, segundo a McKinsey, iniciativa contra a pobreza menstrual e mais
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O futuro da beleza, segundo a McKinsey, iniciativa contra a pobreza menstrual e mais

por Manuela Aquino

Cuidados com a pele, fragrâncias e haircare devem crescer (e muito!) globalmente nos próximos quatro anos. É o que aponta o novo relatório “The State of Fashion: Beauty”, do The Business of Fashion (BoF) em parceria com a McKinsey and Company, que prevê que a indústria global da beleza deve atingir US$ 580 bilhões de vendas no varejo em quatro anos. De acordo com a análise, diante de crises e pandemia, a indústria da beleza se firmou como “resiliente” sempre apontando novos caminhos para sua expansão.

Dos temas destacados no relatório, bem-estar, claro, foi apontado como um despertar contínuo de que a beleza não vale mais por si só — prova disso é que a indústria global da categoria vale US$ 1,5 trilhão hoje e promete crescer 10% ao ano até 2027. ”Estamos testemunhando uma mudança na forma como os consumidores pensam sobre beleza. Não se trata mais apenas de batom e cuidados com a pele, mas de uma abordagem holística de como esses produtos nos fazem sentir sobre nós mesmos e o mundo ao nosso redor”, disse Priya Rao, editora executiva do The Business of Beauty durante a divulgação do estudo.

Além da projeção de vendas, foi realizada uma pesquisa para entender os hábitos e preferências dos consumidores. Entre as categorias de wellness que devem ganhar ainda mais espaço no mercado estão sono, bem-estar sexual e suplementos. Outro destaque do estudo é a skinificação da categoria cabelos com adoção de rotinas e rituais, além de preocupação com as fórmulas e seus ativos. Os cuidados com os fios, sem contar dispositivos, chegam a US$ 120 bilhões. Enquanto skincare chega a US$ 260 bilhões, impulsionada pela busca de inovação, e fragrâncias, que deve atingir US$ 100 bilhões, pelo crescimento de vendas nos Estados Unidos e investimento das marcas de luxo na China.

Outro destaque foi chamado de “Decodificando a Geração-Z”: as marcas devem adaptar portfólios de produtos, combinações de canais e estratégias de marketing para ressoar com a geração mais jovem de compradores que priorizam valor e eficácia ao selecionar produtos de beleza. A geração Z é apontada como sendo mais leal, pois mesmo com o desejo de experimentar novos produtos, quase 60% continuam com suas marcas queridinhas.

TOP 3

1. Pantys propõe políticas públicas pelo fim da pobreza menstrual no país até 2030
Há três anos, a marca lança o Pantys Protest, uma ação pela dignidade menstrual no mês de conscientização da causa e neste divulgou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual, um documento dirigido ao governo, com propostas para erradicar a pobreza menstrual no Brasil. A ideia é chegar a cem mil assinaturas até o fim do ano e o plano conta com duas principais propostas: criação de um fundo por meio da tributação de produtos menstruais e a criação de um grupo de trabalho intersetorial, vinculado ao Ministério da Saúde, para debater e implementar uma política nacional. A Pantys pretende com essas ações multidisciplinares destinar R$ 418 milhões para beneficiar 7,8 milhões de pessoas. “A pobreza menstrual não é um problema simples. Por isso, a criação de um fundo com parte do valor arrecadado em tributo e com doações pode ajudar a viabilizar uma política de distribuição de itens para gestão menstrual”, disse no lançamento do manifesto Flávia Castelhano, especialista em políticas públicas e parceira da marca. Criado em 2021, o Pantys Protest já reverteu mais de um milhão de reais em calcinhas absorventes. 

2. Lu Angelo apresenta novo site repleto de conteúdos sobre bem-estar sexual
Segundo a jornalista e sexóloga, a plataforma é um espaço de autoconhecimento em prol de uma qualidade de vida maior em todos os sentidos para as mulheres. “É um lugar para as pessoas se informarem sobre as novidades do mercado de sexual wellness, conhecerem mais sobre a própria sexualidade por meio de textos, cursos de pompoarismo e autoestima sexual, além de palestras informativas seguindo a temática do prazer feminino e serviços como terapias e venda de produtos”, diz. “Não dá mais para ignorarmos o quanto tratar da nossa saúde de forma holística é importante. E o prazer está incluído nisso”, completa. Para as iniciantes, vale navegar pela seção #LuTestou para ter uma ideia de quais os primeiros produtos de sexual wellness comprar. 

3. Levantamento sobre o mercado mundial de lubrificantes mostra oportunidade para produtos femininos
Ainda bastante centrado no que os homens usam, o gigante mercado de lubrificantes está fazendo um movimento em direção às mulheres, segundo o Sexual Lubricant Market – Global Outlook & Forecast 2023-2028, relatório feito pelo site especializado em pesquisa ResearchAndMarkets.com. Principalmente na Europa e América do Norte, com o boom do sexual wellness, houve um aumento pela demanda de itens voltados ao público feminino, incluindo mudança de embalagens, formulação e comunicação. Enquanto marcas como a Durex tem o slogan “Play Longer” (brinque por mais tempo), a ONE, fabricada pela Karex Berhad promove saúde e bem-estar sexual com “Better sex. Better world” (Sexo melhor, mundo melhor). Nos próximos cinco anos, a expectativa global de crescimento é de 8,7%. Ainda de acordo com o levantamento, México e Brasil são os países da América Latina com o maior número de consumidores de lubrificantes. 

E mais:

. Nivea lança talk show inclusivo para celebrar a diversidade da pele. O Skin Out Loud trará pessoas de diferentes estilos para falar sobre temas como identidade, autoestima, confiança, envelhecimento e cuidados com a pele. A série de cinco vídeos será apresentado por celebridades como Leni Bolt, apresentadora não binária de Queer Eye. O programa é gratuito e será veiculado nos canais da marca no Instagram, TikTok, Spotify e YouTube.

. Vult, Dailus, Marco Boni, Bio Extratus e Taiff são algumas das marcas que estarão presentes no Beleza do Bem Experiência. Em sua décima terceira edição, o evento realizado pelo Grupo Sumirê, vai receber cem expositores e oferecer shows de tendência e musicais. Será nos dias 4 e 5 de junho, no Anhembi, em São Paulo, e a renda será revertida ao GRAAC. 

. A L’Oréal Professionnel, durante três anos, fez um trabalho de escuta social em que analisou comentários em plataformas digitais e realizou pesquisa com mais de 1700 mil profissionais de cabelo em sete países. Ficou constatado que o maior desafio para os cabeleireiros é cuidar da saúde mental: 65% deles disseram já ter tido ou sofrerem de ansiedade, depressão e esgotamento. Diante disso, a marca lançou o Head Up, um programa que vai funcionar como uma rede de apoio para que os profissionais possam lidar melhor com estas questões no dia a dia.

foto: Alex Batista

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