O futuro da embalagem cosmética, pesquisa e iniciativa de inclusão na dermatologia e mais
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O futuro da embalagem cosmética, pesquisa e iniciativa de inclusão na dermatologia e mais

por Manuela Aquino

foto: Biome (divulgação)

Soluções inovadoras que tenham o selo da sustentabilidade aliadas a design, funcionalidade e inclusão apontam o futuro das embalagens de cosméticos nos próximos anos, dizem especialistas em publicação do site Beauty Packing. Em resposta aos apelos do consumidor e da natureza, cada vez mais marcas investem em inovações de embalagens mais verdes, com o uso de materiais biodegradáveis. “A sustentabilidade é uma questão em constante mudança e é complexa. Pode ser afetada, por exemplo, por legislação, então uma solução que parece ser certa agora pode não ser no futuro a curto prazo. As marcas devem navegar nesta realidade sendo ágeis”, disse ao artigo, Pete Booth, especialista em insights, inovação e embalagens com mais de 30 anos de experiência em marcas globais.

Entre os materiais alternativos ao plástico que estão sendo utilizados atualmente, fibra de bambu e algas. Exemplos dos grandes, o grupo L’Oréal está desenvolvendo embalagens feitas de materiais como plásticos de origem vegetal e plásticos derivados de algas, que se decompõem naturalmente, deixando para trás um impacto ambiental mínimo. Já por aqui, a uNeVie apresenta embalagens de madeira e faz uso de celofane compostável, e a Biome, marca de produtos sólidos da Natura, traz embalagens zero plástico, feitas de papel reciclado e reciclável pós-consumo. No portfólio da marca, também há um estojo para as barras feito a partir de uma tecnologia inédita que captura gás metano e o transforma em bioresina.

Um dos grandes desafios, além de soluções efetivas para a natureza, tem a ver com a experiência do consumidor, que procura sustentabilidade, mas sem perder a funcionalidade e apelo visual. Para isso, inovações decorativas sustentáveis ​​estão surgindo para atender às demandas estéticas dos consumidores e, ao mesmo tempo, minimizar o impacto ambiental, como faz a inglesa Hæckels, que tem belas e minimalistas embalagens feitas de micélio biocontribuinte. Em outros casos, tintas e corantes à base de água substituem bem as opções tradicionais à base de solvente. Assim, há uma redução de produtos químicos liberados na natureza no processo de impressão.

Para além da sustentabilidade, as marcas, finalmente, estão sendo cobradas por apresentarem soluções mais inclusivas de design. O consumidor quer funcionalidade, sustentabilidade, menor impacto ambiental e social e também que mais pessoas possam ter acesso ao produto. Tampas de fácil abertura e texto maior nos rótulos são bons para todo mundo e principalmente para quem tem alguma deficiência.
Ao contrário do que temo no Brasil, nos Estados unidos há muitas opções de embalagens inclusivas, tanto que o site especialista Allure fez uma lista de 25 itens para pessoas que só podem usar uma mão. Entre os exemplos, o pó facial mineral SuperGoop com pincel aplicador na ponta e o creme facial Pacifica com pump cilíndrico. “A inclusão para a categoria de beleza é pensar de forma muito mais ampla e aborda preconceito de idade e neurodivergência. Se uma solução não servir para todos, não serve”, afirma Pete Both. O futuro das embalagens de beleza, segundo ele, é uma mistura harmoniosa de sustentabilidade e inclusão.

TOP 3

1. No Brasil, L’Oréal lança iniciativa para promover uma dermatologia mais abrangente
Por aqui, o grupo L’Oréal faz mais uma ação em direção ao cumprimento de suas metas de inclusão e diversidade e acaba de lançar a iniciativa “Dermatologia + Inclusiva”, um programa para aumentar a quantidade de pesquisas e, consequentemente, mais informação sobre pele, couro cabeludo e fibra capilar de pessoas negras. Além do fomento à pesquisa, outros dois pilares formam os nortes da ação — ampliar a discussão do tema entre os dermatologistas e melhorar o atendimento. Os primeiros passos já foram dados com o lançamento do Prêmio Dermatologia + Inclusiva que vai reconhecer pesquisas já feitas ou em desenvolvimento: quatro prêmios individuais de R$ 50 mil serão dados a cientistas e dermatologistas, além do patrocínio da adesão de 30 médicos brasileiros na Skin of Color Society (SOCS), pois de acordo com pesquisa da L’Oréal, 44% dos dermatologistas dizem tratar e diagnosticar todos os tipos e tons de pele e cabelo.

2. No Reino Unido, Avon expande suas iniciativas para além da venda direta
A marca do grupo Natura revelou que, no Reino Unido, irá começar o processo de abertura de lojas físicas nos próximos dois meses. Serão pequenas boutiques com cerca de 150 produtos do extenso portfólio disponíveis. “Estamos à beira de novas fronteiras para a Avon, é um novo capítulo. Agora será possível experimentar os produtos e ver de perto a gama de cores”, disse Angela Cretu, presidente-executiva global da Avon International em publicação do BBC News. Além disso, a marca fez um acordo com a Superdrug e passa a vender seus produtos no e-commerce da rede e em 100 lojas.

3. Pesquisa: a maior parte das compras de dermocosméticos são feitas por indicação médica
Levantamento da Close-Up International revelou que 66% dos consumidores de dermocosméticos compram somente por influência do dermatologista e 34% o fazem de maneira espontânea. O curioso é que mesmo passando no consultório, somente 21% apresentam receita ao adquirir o produto. Os dermocosméticos mais comprados de forma espontânea são espuma de limpeza (43%) e hidratantes com ativos antioxidantes (38%). Já, quando há prescrição, os mais comprados são tônicos hidratantes (78%) e xampus (72%). A pesquisa apontou que 87% do público consumidor deste tipo de produto é composto por mulheres e a maioria está na faixa de 21 a 40 anos.

E mais:

. BASF e Estée Lauder Companies se unem à The Roundtable on Sustainable Palm Oil (RSPO) para fortalecer a implementação de uma cadeia sustentável do óleo de palma, muito usado na indústria cosmética. No projeto, mais de 300 cultivadores da província de Lampung, na Indonésia, foram treinados, receberam certificação de produção sustentável e passaram a fornecer para estas indústrias.

. Até 20 de dezembro, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a ISDIN terá uma pop-up. No espaço, além da venda de produtos da marca, será possível praticar yoga. As aulas acontecem aos sábados e a inscrição para uma das 30 vagas, pode ser feita na plataforma Love ISDIN.

. OX Cosméticos inaugura seu primeiro espaço físico de venda direta. O quiosque fica no Shopping Eldorado, em São Paulo, e vai vender a linha Vita Glow, que nasceu da parceria com a influencer Mari Maria.

. Simple Organic lança Programa de Afiliados para formar parceiros que terão vantagens em compras e a oportunidade de vender produtos e ganhar comissão. Quem se interessar, deve se inscrever no site, fazer uma seleção de produtos no e-commerce. A partir daí, será gerado um link promocional para compartilhamento.

. A L´Oréal Brasil assina acordo com a Gás Verde para a compra de biometano suficiente para abastecer toda a sua frota de caminhões e se torna a primeira empresa de cosméticos no país a usar 100% de combustível renovável para toda a sua frota. A iniciativa faz parte das metas do programa de sustentabilidade L’Oréal para o Futuro.

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