O hype da sauna: como a prática virou tendência entre os jovens
Longevidade

O hype da sauna: como a prática virou tendência entre os jovens

por Larissa Nara

foto: Vidya Studio (divulgação)

Se você curte o assunto bem-estar, certamente já cruzou com algum conteúdo (ou vários) sobre sauna nos últimos tempos. De clubes no Reino Unido a academias tecnológicas nos Estados Unidos e protocolos de biohackers da longevidade, a prática vem reaparecendo como tendência, especialmente entre os jovens.

A lista de promessas é boa: alívio de tensões musculares, dilatação dos vasos sanguíneos, melhora da circulação e da pele, além da eliminação de toxinas pela transpiração. Um estudo de 2021, conduzido pela Universidade do Alabama do Norte, mostrou que de três a sete sessões de sauna por semana reduziram em cerca o risco de doenças cardiovasculares, AVC e hipertensão entre 50% dos voluntários. Outros estudos apontam que um banho quente ou uma sessão de sauna pode ter efeito emocional comparável a um abraço, melhorando o humor e reduzindo a ansiedade.

Mas, mais do que os benefícios físicos, em muitos lugares a sauna se tornou também uma experiência social. Em Londres, por exemplo, o número de saunas ao estilo finlandês mais que dobrou em apenas um ano — de 45 em 2023 para mais de 100 em 2024 — com expectativa de dobrar novamente até o fim deste ano, segundo dados da British Sauna Society, divulgados pela revista Dazed. De acordo com a publicação, boa parte do novo público é formada por jovens do movimento sober curious, que trocaram os bares por espaços de socialização e regeneração. Já no Japão, o ritual se popularizou com a busca por atividades acessíveis, regenerativas e offline, especialmente entre jovens afetados pela hiperconectividade e o estresse da pandemia.

Se em outros países a sauna é uma tendência recente, na Finlândia ela é parte da vida cotidiana — e patrimônio imaterial da humanidade reconhecido pela Unesco. Em Tampere, cidade de 250 mil habitantes, há mais de 60 saunas públicas. A mais antiga, Rajaportti, funciona desde 1906. De acordo com o The Guardian, por lá, a sauna é refúgio frequente: idosos checam se os amigos apareceram, crianças brincam em banheiras no chão, e não é raro um frequentador pedir para esfregar as costas de outro como um gesto de cuidado.

Longevidade e performance high-tech
Para além do relaxamento, salas aquecidas têm sido utilizadas para potencializar exercícios físicos. Em modalidades como hot yoga e novos espaços com aquecimento infravermelho, a promessa é associar exercícios com calor infravermelho, acelerando processos de desintoxicação e melhorando a flexibilidade. Nos EUA, o Heated Room Studio tem pilates aquecido e as unidades da rede Hotworx, repaginou o treino ao combiná-lo com luz infravermelha em saunas individuais. As sessões, que misturam yoga e funcional, são curtas, intensas e prometem resultados rápidos: aumento da queima calórica, melhora da pele, aceleração metabólica. Tudo isso com instrutores virtuais, treinos curtos e um app com inteligência artificial que integra agenda, calorias e dispositivos de monitoramento. Já por aqui, a oferta ainda é menor, mas é possível encontrar modalidades em espaços como o Vidya, do Grupo Smart Fit, e o Hot Yoga, que trouxe a prática da yoga na sala aquecida para o Brasil. E para quem busca sauna e banhos, o Banho Urbano, em São Paulo, também é aposta certa.

No episódio Choque Térmico, do podcast Ciao, Bela, tem mais sobre o hype da sauna e outras terapias térmicas:

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