La Roche-Posay celebra 50 anos, relatório aponta tendências de make e mais
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La Roche-Posay celebra 50 anos, relatório aponta tendências de make e mais

por Manuela Aquino

A La Roche-Posay completa 50 anos de trajetória e de sua origem no centro termal homônimo. O local é conhecido há mais de 100 anos por tratar peles sensíveis e doenças crônicas, como dermatite atópica e rosácea, além de ter eficácia comprovada no alívio dos efeitos colaterais de tratamentos de câncer. “Desde sua fundação, a La Roche-Posay já realizou mais de oitocentos estudos clínicos, sempre com foco em oferecer soluções dermatológicas eficazes, seguras e acessíveis. Um de seus pilares científicos é o cuidado com o microbioma da pele, o ecossistema natural de microrganismos que protege e reequilibra a barreira cutânea”, disse ao Belezinha Cristiano Ceccato, diretor de marketing da La Roche-Posay no Brasil. Na entrevista abaixo, ele fala mais sobre o legado da marca, a pele brasileira e a relação da pele com a saúde mental:

A marca faz 50 anos. Como está a relação com a pele brasileira, cheia de nuances e diversidade?
Um dos pontos mais relevantes quando se fala da La Roche-Posay no Brasil é a importância estratégica que o país tem para a marca globalmente. O Brasil está entre os mercados mais importantes do mundo para a La Roche-Posay, e isso se reflete diretamente na presença de um centro de pesquisa local — algo que apenas poucos países possuem. Esse centro tem uma função crucial: desenvolver produtos especificamente para a pele brasileira, levando em consideração fatores como clima, oleosidade natural da pele, hábitos de skincare e preferências do consumidor local. Um exemplo recente desse compromisso é o lançamento do Anthelios UV Air FPS 60, um protetor solar de alta performance, co-criado com cientistas brasileiros e orgulhosamente produzido no país. O produto reforça o compromisso da marca com a inovação nacional e com a entrega de soluções dermatológicas desenvolvidas e testadas para o clima brasileiro.

Como a marca está pensando em atender mais às necessidades da pele negra?
Começo falando do Mela B3. Ele contém uma molécula chamada Melasyl, que é uma inovação importante em nível mundial — e ainda mais relevante no Brasil. Isso porque Melasyl não clareia a pele, mas atua diretamente na mancha, ajudando a reduzir o excesso de melanina de forma direcionada. Em um país com grande diversidade de tons de pele, esse tipo de tecnologia é fundamental, especialmente no cuidado com a pele preta, já que Melasyl tem um funcionamento diferente de outras moléculas tradicionais. Além disso, temos o lançamento do UV Air, que traz dois pontos importantes. O primeiro é o papel de saúde pública. No Brasil, ainda existe a crença equivocada de que pessoas com pele escura não precisam de proteção solar. Por isso, a pele negra acaba ficando mais exposta aos danos da radiação. Temos, então, uma missão de educação, especialmente junto a essa população, sobre a importância do uso diário do protetor solar. O segundo ponto é o desenvolvimento do próprio produto. Desde o início, o UV Air foi pensado com diversas tonalidades, para garantir um match perfeito com diferentes tons de pele, inclusive os mais escuros. E, principalmente, para evitar o efeito esbranquiçado, comum em peles negras com alguns protetores solares, um dos principais motivos de rejeição ao uso.

O Cicaplast, produto escolhido para simbolizar os 50 anos, virou um hit nas redes, principalmente com a geração Z. Como a marca explica essa viralização e quais são as estratégias para fidelizar esse público?
A viralização do Cicaplast começa, antes de qualquer estratégia, pela eficácia do próprio produto. Ele é realmente muito bom e entrega resultados visíveis. Isso por si só já gera conversa e compartilhamento orgânico. Sabendo que Cicaplast pode ser usado em várias situações, ativamos diferentes comunidades de influenciadores e líderes de opinião, cada uma com perfis e públicos distintos, para mostrar como o produto se adapta a diversas necessidades reais da pele. Afinal, é um reparador que faz sentido especialmente para quem tem a pele sensibilizada ou fragilizada. Trabalhamos com dermatologistas desde o início, mas também ampliamos o uso com pediatras, por exemplo, no cuidado com a pele infantil. Outro exemplo é indicar Cicaplast para queimaduras leves, como aquelas que acontecem ao cozinhar — mostrando a versatilidade do produto. E para dialogar com a Geração Z, fizemos uma parceria com tatuadores. A pele tatuada precisa de cuidados específicos, e Cicaplast se mostrou altamente eficaz nesse contexto também.

Este público jovem, que não é muito adepto de proteção solar, aumentou a busca por esses produtos com as ações da marca?
Ah, sem dúvida. A busca por protetor solar aumentou sobretudo por causa do Ultracover, que foi o primeiro produto da La Roche-Posay a trazer um pouco essa ideia de hibridação: entrega a proteção solar superior de Anthelios, mas também uma conexão direta com o make. Ajuda a unir proteção solar e maquiagem em um único gesto, que no final cuida da pele, mas também do aspecto exterior. Então, é um win-win para pessoas que usam o Ultracover como base para a maquiagem.

A marca tem falado sobre saúde mental e a relação com a pele, a aparência dela. a La Roche-Posay tem integrado isso em suas estratégias?
Temos o projeto Scars of Life, que parte da observação de que algumas cicatrizes estão na pele, mas muitas vão além dela. A iniciativa busca abordar também o impacto psicossocial das doenças de pele, reconhecendo como elas afetam não apenas o corpo, mas também a saúde emocional e a vida social dos pacientes. Há muitos exemplos disso. Pessoas com psoríase, por exemplo, muitas vezes evitam sair de casa por conta da visibilidade das lesões, o que interfere diretamente em sua autoestima e convivência social. Outro caso é o do Mela B3, cuja proposta vai além do tratamento de manchas — ele também contribui para a percepção de vitalidade da pele, algo que tem relação direta com o bem-estar psicológico. Além disso, temos iniciativas como The Healing Power of Touch, que se conecta profundamente com a marca e com a saúde mental. Embora ainda não seja muito presente no Brasil, principalmente por questões de custo do Lipikar, essa campanha é muito forte em outros países. Ela mostra, por exemplo, como reconectar o toque em famílias com crianças em tratamento de câncer de pele — um momento delicado em que até o ato de tocar se torna difícil, emocionalmente e fisicamente. O projeto promove o poder do toque como forma de cura emocional, carinho e reconexão familiar.


TOP 3

1. As maiores tendências de itens de make do momento
O novo report da Cosmetics Business destaca cinco grandes tendências de maquiagem que unem diversão e funcionalidade. A primeira é o chamado “blurring boom”, um contraponto ao visual pesado e matte dos anos 2010: são acabamentos que controlam o brilho, mas permitem que a textura natural da pele apareça. A segunda tendência é o sucesso dos balms labiais com aplicador “doughnut”, que viralizaram pela textura confortável e pelo formato divertido. Já os primers de alta fixação ganharam força na terceira tendência, com fórmulas gripping desenvolvidas para segurar a maquiagem o dia todo. O retorno dos bronzers aparece como a quarta tendência, agora em versões multifuncionais e texturas cremosas, que trazem mais versatilidade ao uso. Por fim, as máscaras “tubing” despontam como a quinta novidade: promessas de fim dos borrões que conquistaram especialmente a Gen Z, faixa que impulsionou um crescimento de 100,3% nas buscas pelo produto em 2024, segundo dados da Spate.

2. Seda passa por rebranding
A Seda passa por um rebranding e relança seu portfólio com novas embalagens, fórmulas de alta performance e a chegada da linha Amino-Silk. A renovação inclui também máscaras de tratamento em todas as linhas e o primeiro óleo finalizador da marca no Brasil. As embalagens ganham cores mais vibrantes e identidade moderna, reforçando o posicionamento de atualização. “Estamos celebrando nossa história e apontando para o futuro com fórmulas de alta performance e linguagem conectada ao momento cultural”, afirma Carla Forte, gerente de marketing de Seda. A campanha global será 100% digital e, no Brasil, a estratégia é assinada pelas agências OOF e Tastemakers. Para marcar a nova fase, a atriz e apresentadora Giovanna Ewbank foi escolhida como embaixadora, em uma comunicação voltada aos mais jovens. “Essa geração espera soluções que tratem os fios como no skincare, e a marca responde com um portfólio potente, sensorial e democrático”, completa Carla. Presente em 60% dos lares brasileiros, a marca atua em um mercado em expansão. Segundo a Euromonitor, o setor de haircare no Brasil cresceu 14,1% em 2024, alcançando R$ 32,3 bilhões — quase quatro vezes acima da média global. A expectativa é que o segmento atinja R$ 44,3 bilhões até 2029.

3. Novos número de biodiversidade da Natura
Em comemoração ao mês da Amazônia, a Natura anunciou um dado inédito: mais de mil produtos de seu portfólio já contêm ingredientes da sociobiodiversidade amazônica, o que representa mais de 50% de suas linhas na América Latina. Esses bioativos — como castanha, murumuru, babaçu, ingá, pataqueira e priprioca — estão presentes em marcas da Natura como Ekos, Chronos e na perfumaria. Eles são adquiridos diretamente de 45 comunidades e cooperativas de oito estados da região Norte, beneficiando ao todo dez mil famílias. “Nosso modelo de negócio ilustra uma das soluções mais eficazes para o desafio climático: a bioeconomia da floresta em pé”, afirma Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico, Reputação e Governo. Esse modelo será apresentado pela empresa durante a COP 30, que acontece este ano em Belém (PA).

E mais:

. Estão abertas as inscrições para a 9ª edição do programa Empreendedoras da Beleza, do Grupo Boticário, para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Desta vez haverá um um curso exclusivo com a empresária Natalia Beauty. As inscrições vão até 30/11 e os cursos podem ser feitos até 21/12.

. O Boticário faz ação no TikTok para incentivar influenciadoras a usarem os produtos até o fim antes de comprar novos. A marca entrou na trend #ProjectPan, que tem mais de um bilhão de visualizações e promove o consumo consciente de produtos de beleza e autocuidado.

. Neste fim de semana, na Beauty Fair, a Salon Line marcou sua estreia na categoria de perfumação capilar com a linha Xêrosa. Em versões como Vibes Pop (oriental floral) e Rose Intense (floral cítrico) estarão em itens como óleo, body splash e sérum para cachos. Segundo dados levantados pela Grand View Research, O mercado global de perfumes para cabelo foi estimado em U$ 8,26 bilhões e tem projeção de alcançar U$ 11,92 bilhões de dólares até 2030.

. A Granado estará na Itália este mês com duas boutiques pop-up exclusivas dentro das lojas de departamento Rinascente. Uma será na Piazza Duomo, em Milão, e a outra na Via del Tritone, em Roma. A marca irá fazer uma série de ativações naquele país durante a temporada da Milano Beauty Week (17 a 21/9) e Milano Fashion Week (23 a 29/9).

. L’Oréal Paris faz parceria com a Mugler que retorna ao universo da beleza após 15 anos com uma linha de maquiagem. A coleção vem com base cushion, batons, sombras e outros itens em edição limitada. A Mugler pertence ao Grupo L’Oréal e seu último lançamento nesta seara foi em 2010.

. O Hospital Israelita Albert Einstein e a Laser Medical Group desenvolveram uma solução de IA para diagnosticar alopecia androgenética. A inovação utiliza uma base de dados inédita composta por imagens de pacientes brasileiros. O banco foi criado em um mutirão realizado em setembro de 2024, com 187 participantes que tiveram diversas imagens tiradas de regiões do couro cabeludo.

. Louis Vuitton abrirá uma loja pop-up em Seul no próximo mês para apresentar sua primeira linha de cosméticos, La Beauté Louis Vuitton, e uma pop-up simultânea em Nova York. A crescente demanda por maquiagem de luxo na Coreia do Sul, especialmente por cosméticos coloridos, torna Seul um ponto estratégico para a estreia da coleção. E a intenção é aumentar seus números: a marca registrou uma queda de 4% nas vendas no primeiro semestre de 2025.

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