O futuro do bem-estar é multisensorial e muito mais, novas embalagens sustentáveis e outras notícias
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O futuro do bem-estar é multisensorial e muito mais, novas embalagens sustentáveis e outras notícias

por Manuela Aquino

Segundo relatório anual de tendências publicado pelo Global Wellness Summit, o futuro do bem-estar não se limitará a produtos, rituais e mudanças em estilo de vida. Estará no ambiente de trabalho, no turismo e até no planejamento urbano. Nesse último quesito, cidades preocupadas com a qualidade de vida dos habitantes é uma das direções apontadas na lista. Isso é possível com a infraestrutura do bem-estar urbano, que não é mais vista como luxo e prevê a fusão de melhorias e também oportunidade de negócios que abordam de forma holística a saúde social, mental e física dos habitantes. No pós-pandemia seria a solução mais saudável para a volta da relação mais intensa com as cidades, que ainda precisam se recuperar, mas que querem cultivar cidadãos mais saudáveis e felizes com espaços públicos mais verdes, silenciosos e convidativos. Já no ambiente profissional, a mudança será em fazer com que as iniciativas do empregador vá além de brindes, ping pong e academia no escritório: empresas que se preocupam com bem-estar já estão realizando mudanças como férias estendidas, reuniões em hotéis com serviço de spa e se preocupam em quebrar o tabu de temas como menopausa e infertilidade.

Os avanços da neurociência e da neuroestética confirmam que, quando combinados, os sentidos elevam nossa experiência humana e eles sempre estiveram presentes no bem-estar. Mas, segundo a publicação, as experiências passam de sensoriais para multisensoriais, com integração de luz, cheiros, temperatura, toque e som. As marcas já começam a querer que o consumidor acesse vários sentidos simultaneamente para atingir melhores e mais eficazes resultados, trazendo, por exemplo, perfumes que mexem com a libido ou melhoram o humor (já disponíveis no mercado). Promotores de eventos e varejistas também começam a perceber que é possível fazer em lojas e shows experiências multisensoriais de bem-estar e que quem consome gosta, com cheiro e som aliados à realidade aumentada, por exemplo. O bem-estar também volta às suas origens e se reconecta cada vez com a natureza, principalmente com a água, que ganhou um dos destaques do relatório. Há um crescente interesse em natação raiz, por exemplo, em águas frias de rios, lagoas e piscinas naturais. A natação cross-country está começando a decolar em países como Reino Unido e Suécia com aventuras que misturam caminhadas com natação selvagem.

E, no ano seguinte ao boom do metaverso, é claro que tecnologia não estaria fora das tendências. Ela vem na forma do biohacking, que é a tentativa de controlar a biologia, desafiando doenças, envelhecimento e morte para que possamos nos tornar sobre-humanos. Inteligência Artifical, impressão de tecidos 3D, computação em nuvem e tecnologias blockchain são algumas das tecnologias que já permitem criar robôs, regenerar partes do corpo, fazer monitoramento e, num futuro próximo, irão muito mais além. O relatório prevê ainda que, não muito distante dos dias atuais, teremos disponíveis recursos como o biofeedback alimentado por IA, que controlará nossa temperatura, pressão, cheiro, sons em tempo real para criar jogos de realidade aumentada que nos levam a jornadas de cura personalizadas. Uau!

Top 3

1. STELLA inova com embalagem reciclável e recarregável
A marca de skincare de Stella McCartney e do grupo LVMH, lançada em setembro do ano passado, nasceu com a sustentabilidade como pilar principal. A linha da estilista, que estreou com três produtos – loção purificadora, sérum e hidratante com fórmulas veganas — chama ainda mais atenção pelas embalagens, recarregáveis e recicláveis e caprichadas em design. Os frascos da STELLA foram feitos pela especialista em embalagens Bormiolo Luigi que desenvolveu um vidro com 15% de material reciclável. E os refis, produzidos por outra grande do setor, a Texen, ficam dentro da embalagem de vidro. Segundo a marca, a primeira recarga reduz em um terço o impacto ambiental. O refil pode ser usado sem a embalagem, o que torna cada produto mais prático para viagens.

2. Coty faz campanha pela redefinição do significado de beleza
#UndefineBeauty é o nome da nova campanha do conglomerado de beleza, que pede para que os dicionários atualizem as definições da palavra beleza. Com a iniciativa, a Coty está convidando os editores de dicionários para revisitarem termos e removerem o preconceito de idade e sexismo implícitos em alguns atualmente. Um exemplo citado pela empresa é a frase “ela era uma grande beldade na juventude”, que muitas publicações usam para ilustrar o conceito de beleza. A CEO da Coty Sue Nabi, fez uma carta aberta às editoras que publicam dicionários nos Estados Unidos, em que escreveu: “O preconceito de idade e o sexismo implícitos nos exemplos nasceram em uma época diferente. Acreditamos que é hora de preencher a lacuna – hora de trazer a definição para onde a sociedade está hoje. Ao mudar a definição, se mais pessoas se sentirem incluídas – se sentirem bonitas – haverá um efeito cascata que nos tocará a todos”.

3. Givaudan transforma perfume em cores
Comprada pela gigante de fragrâncias em 2014, a startup de Inteligência Artifical Myrissi desenvolveu e patenteou uma tecnologia capaz de traduzir fragrâncias em padrões de cores e imagens. O novo algoritmo da Givaudan permite traduzir em fotografias os sentimentos dos consumidores em relação a uma fragrância. Para os clientes que desenvolvem suas fragrâncias com a casa, será possível fazer uma combinação olfativa adequada através de uma base cromática. A tecnologia ainda faz o moodboard do perfume, desde a embalagem até a narrativa da campanha de marketing. “Esse know-how permite que a Givaudan ajude métodos de publicidade impactantes para nossos clientes em potencial, combinando o design de seus produtos com seu perfume, tornando a experiência do comprador agradável e gratificante”, diz Maurizio Volpi, presidente da Perfume & Magnificence.

E mais:

. La Roche-Posay anuncia parceria com a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC). Com isto, a marca que há 25 anos faz campanhas e ações de prevenção, passou a ser a única de cuidados com a pele patrocinadora da data.

. P&G registra patente de pump desenvolvido com uma tecnologia que faz com que todas as peças que compõem esta parte da embalagem sejam recicladas sem precisar desmontá-las. A mola de aço presente na maioria dos conjuntos de bombas pode dificultar a reciclagem, então havia a demanda de criar um dispenser apenas com plásticos recicláveis.

. Unilever investiu quase US$ 2 milhões na marca australiana Straand. Fundada no ano passado, a marca tem produtos específicos para o couro cabeludo, com ingredientes prebióticos como extrato de rosebay, que ajuda a evitar caspa. O investimento será destinado à expansão da empresa na Europa, Estados Unidos, China, sudeste da Ásia, Europa e Estados Unidos.

. Por determinação da Autoridade Nacional do Medicamentos e Produtos de Saúde de Portugal, L’Oréal tira do mercado produtos que contenham Butylphenyl Methylpropional (Lilial) — ingrediente usado para dar uma fragrância floral em produtos como xampus e hidratantes e proibido para uso em cosméticos no país desde março de 2022.

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